sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Método do caso

Método do caso é cada vez mais popular em todo o mundo, apesar de existir já desde a antiguidade e sendo conhecido com método socrático e consiste em fazer ao interlocutor uma série de perguntas, levando-o, por indução, a descobrir verdades que traz dentro de si ou por confronto com as ideias e experiências de outros.
Tem sido usado em muitas áreas do ensino e da formação com bons resultados pois aproxima muito a realidade do contexto de formação em que é usado.
É um método particularmente útil no ensino da gestão de empresas na medida em que sendo uma área relativamente jovem e com uma grande dinâmica de mudança. Começou por ser usado na Harvard Business School no início do sec. XX tendo-se depois difundido para inúmeras escolas de negócio em todo o mundo.
É utilizado normalmente segundo um processo de aprendizagem evolutiva. Inicia-se com o estudo individual de um caso prático em que o formando entra em contacto com o problema descrito no caso ou na situação concreta de uma organização. Depois dessa fase é normal ser feito uma pequena reunião num grupo de 8 a 12 pessoas em que a preparação individual é confrontada entre os presentes e se defendem os vários pontos de vista de solução do problema ou das decisões que se acha devem ser tomadas. Na fase seguinte, a última, em sessão plenária em que estão presentes todos os alunos o professor encarregue de orientar a discussão procura levantar um conjunto de questões pertinentes sobre o caso, com o intuíto de as usar como mecanismos de aprendizagem. Essas questões visam alertar para questões não evidentes, procuram criar desafios de decisão e opção entre alternativas.
É normal no final da sessão plenária o professor fazer um breve resumo dos conceitos abordados e procurar fazer algumas generalizações que possam ser úteis para os alunos. É nesta fase que se dá a conhecer o desfecho da situação caso se tenha conhecimento da mesma.
No entanto, o que aconteceu na realidade não é muito crítico o mais importante é todo o processo de aprendizagem (individual, grupo e sessão plenária) que o formando percorre. Os casos são por vezes complementados por conferências por forma a dar uma macro-abrangência aos conceitos dos casos ou para transmitir uma experiência vivida ou conhecimentos mais teóricos.
É necessário tornar claro que o Método do Caso não se trata de uma metodologia de pesquisa, como vem a ser o Estudo de Caso, mas uma ferramenta pedagógica, além de esclarecer que, ao contrário do que se pode pensar erroneamente, a escolha em pesquisas acerca do uso do Estudo de Caso não ocorre por ser o mais simples, mais fácil, sendo que a exigência de um planeamento e rigor científico são condições imprescindíveis. Seu uso é mais evidenciado em "pesquisas científicas orientadas por avaliações qualitativas; pesquisas qualitativas, como são geralmente denominadas". O estudo de caso, consiste no estudo, pelos alunos, de um caso real ou de uma situação problemática (da vida profissional ou das empresas). Utiliza-se o estudo de casos quando os objectivos são:
- motivar;
- desenvolver a capacidade analítica;
- aprender a trabalhar em grupo;
- desenvolver a capacidade de tomada de decisão.
A necessidade do rigor científico e do cuidado com a apresentação dos resultados da pesquisa que utiliza o Estudo de Caso evitam que os mesmos se tornem "relatórios enfadonhos, com excesso de detalhes totalmente dispensáveis, cujos resultados em nada surpreendem, pelo contrário, são plenamente conhecidos antes de serem apresentados pelos estudos". Langdell foi o inventor de um precioso instrumento pedagógico, o método do caso, com grande impacto no meio universitário e profissional do pós-guerra civil. Introduziu no ensino do Direito, utilizando uma selecção de casos sobre a lei dos contratos. O método do caso representava, assim, no ensino jurídico, considerável efeito prático, empírico e indutivo de pensar e praticar o ensino jurídico. As primeiras experiências com o estudo de caso ocorreram na Universidade de Harvard, em Cursos de Gestão (Management). O estudo de caso clássico (Harvard) fornece aos participantes uma história completa de um problema de gestão. Apoia-se numa situação real e é acompanhado de uma documentação muito completa. Os participantes dedicam algum tempo à preparação da discussão (documentam-se, exploram a problemática, elaboram as questões a debater). Cada grupo, seguidamente, analisa o caso em pormenor. Procura informação, discrimina os factores que intervêm na situação, identifica o modelo de tomada de decisão. Finalmente debatem as soluções que se revelam apropriadas na situação. A aprendizagem consiste na análise dos diferentes pontos de vista e das diversas soluções admitidas nos grupos.
Estudo de Caso
Um dos métodos mais utilizados em pesquisas é o Estudo de Casos, apesar de existirem quanto a ele algumas críticas, essencialmente referentes à impossibilidade de lhe conferir um rigor científico diante da possibilidade de distorção dos resultados por parte do aluno. Um dos principais problemas em relação a esse método, é a falta de rigor científico, a confusão conceitual entre o ensino do estudo de casos com a pesquisa do estudo de casos, a ausência de possibilidade de realizar generalização científica pela insuficiência de base, além de ser considerado um procedimento demorado. O método dos casos nasceu nos EUA por volta de 1920, na Business School de Harvard. É um método pedagógico activo que foi criado para dar aos estudantes um conhecimento mais concreto das realidades da vida económica, procurando compensar desta forma um ensino demasiado livresco e desligado do real. Desde então, e aproveitando as suas grandes potencialidades, tem vindo a ser utilizado em muitos outros domínios e níveis de ensino. Consiste em apresentar de forma sucinta uma situação real ou fictícia para ser discutida em grupo. A forma de apresentar o caso pode consistir em descrição, narração, diálogo, dramatização, sequência fotográfica, filme, artigo jornalístico e outras. O que se pretende é trazer um pouco de realidade à sala de aula, já que nem sempre é possível levar os alunos a observarem a realidade em primeira mão. Não se deve, porém, confundir um “caso” com simples ilustrações ou exemplos, com parábolas ou fábulas ou com problemas de aplicação.
Utilidade
O estudo de casos pode ser usado com diversos objectivos:
- Para motivar, já que o caso em geral envolve uma situação verosímil de conflito, susceptível de ser diversamente interpretada pelos alunos;
- Para desenvolver a capacidade analítica e o espírito científico;
- Para os alunos interiorizarem novos conceitos e aumentarem o seu vocabulário;
- Para os alunos aprenderem a participar em grupo;
- Para capacitar na tomada de decisões.

As etapas do estudo de um caso podem ser as seguintes:
- O professor anuncia que em seguida será estudado um caso;
- Apresenta o caso, ou melhor, distribui o material escrito, ou um filme ou realiza uma dramatização;
- Pede aos alunos que se inteirem do caso durante um breve período de tempo. Explica que não se aspira a chegar a uma única solução, mas a analisar a dinâmica da situação e a propor soluções alternativas;
- Pede que durante a leitura anotem os factos que mais lhes chamem a atenção e algumas perguntas ou dúvidas suscitadas pelo caso;
- Inicia a discussão pedindo para que sejam destacadas as questões mais interessantes no caso;
- Dá sucessivamente a palavra aos que a solicitem. Depois de cada Intervenção, segundo a conveniência, faz comentários, reinterpretações ou novas perguntas;
- Provoca o debate, não deixando ninguém sem participar, nem conceitos por serem aclarados;
- O professor pode, se julgar oportuno, parar a discussão, dividir ao alunos em grupos mais pequenos para análise de uma questão mais complexa;
- O professor não deve expressar muita opinião própria, pois isso inibirá a liberdade de opinião dos alunos.
- Chegando ao final do período planeado para a discussão, o professor pode fazer um resumo ou pedir aos alunos que o façam.
Este método tem o mérito de favorecer, nos estudantes, uma participação activa. Além disso, esta técnica leva à prática a discussão e o trabalho de grupo, sendo ainda um treino para a análise de um problema e para a tomada de decisões. O Estudo de Caso é a estratégia escolhida ao se examinarem acontecimentos contemporâneos, mas quando não se pode manipular comportamentos relevantes. O Estudo de Caso conta com muitas das técnicas utilizadas pelas pesquisas históricas, mas acrescenta duas fontes de evidências que usualmente não são incluídas no repertório de um historiador: observação directa e série sistémica de entrevistas. Quando comparado o Estudo de Caso, com o método histórico, o primeiro possui a vantagem de poder lidar com uma variedade maior de evidências, além de permitir, no caso da observação participante, a manipulação informal das variáveis utilizadas. Quando um pesquisador opta pelo Estudo de Caso, ele pode realizar um estudo de caso único ou múltiplo. O estudo de casos múltiplos encerra vários casos únicos, factor que actualmente, tem se mostrado mais presente. Realizar estudo de casos exige, algumas habilidades prévias, como, "treino e preparação para o estudo de caso específico, desenvolvimento de um protocolo de estudo de caso e condução de um estudo de caso piloto". Esse método, ao contrário do que genericamente se acredita, não é um método fácil, é sim árduo e necessita de planeamento e disposição para aplicar as etapas que ele pressupõe. Conforme o explicitado acima, evidencia-se o método do Estudo de Caso como uma estratégia para se conduzir uma pesquisa empírica, exigindo uma preparação prévia por parte do pesquisador e a organização de um planeamento da pesquisa. O Método do Caso, ferramenta pedagógica inventada em fins do século XIX, constitui uma maneira de conduzir a educação de advogados, juristas e administradores de empresa, nada tendo, portanto, de similar com o Método de Estudo de Caso.
Metodologia de casos
O estudo de caso é escolhido ao se examinar acontecimentos contemporâneos quando não se podem manipular comportamentos relevantes. Como uma estratégia de investigação, representa uma maneira de se investigar um tópico empírico, seguindo-se de um conjunto de procedimentos pré-especificados. O estudo de caso costuma utilizar pelo menos duas técnicas de recolha de dados: a entrevista e a observação, mas pode também utilizar outras técnicas como, por exemplo, o questionário e a análise de documentos. É considerado o ‘parente pobre’ entre os métodos da área de Ciências Sociais. O estudo de caso não é “unidade de amostragem”, portanto, não se pode generalizar ou inferir sobre os resultados. • O estudo de caso pode ser aplicado em distintas situações:
o Estudos organizacionais;
o Estudos de gestão;
o Estudos da administração pública.
• Um estudo de caso é uma investigação empírica que:
o Investiga um fenómeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenómeno e o contexto não estão claramente definidos;

o Enfrenta uma situação tecnicamente única em que haverá muito mais variáveis de interesse do que pontos de dados e, como resultado, baseia-se em várias fontes de evidências, com os dados precisando convergir em um formato de triângulo.

o Beneficia-se do desenvolvimento prévio de proposições teóricas para conduzir a recolha e a análise de dados.
• Características do estudo de caso:
o Análise profunda de um objecto;
o Analisa situações no contexto real;
o Inicia a partir de um contexto teórico, mas está aberto ao inesperado;
o Utiliza múltiplas fontes de dados: entrevista, observação, documentos, entre outros;
o Pode utilizar dados quantitativos como uma fonte adicional de dados (bases de dados organizacionais);
o Estudos de múltiplos casos: visando comparar, enriquecer e não “quantificar”.
• As evidências para um estudo de caso podem vir de seis fontes distintas:
o Documentos;
o Registos em arquivos da pessoa/organização pesquisada;
o Entrevistas;
o Observação directa;
o Observação participante;
o Artefactos físicos.
• Exemplos de documentação:
o Cartas e outros tipos de correspondência;
o Agendas, avisos e minutas de reuniões, relatórios de eventos em geral;
o Documentos administrativos: memorandos, actas, ofícios etc.;
o Estudos e avaliações formais;
o Recortes de jornais e outras publicações.

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